O brilho labial tem gosto de limão mentolado. O chocolate sobre a mesa esconde pedacinhos de café. O café cheira bem mesmo de muito longe ou talvez por isso cheire tão bem. A distância, já dizia Marcelo Gleiser, mascara tudo. A água do lago, ríspida e cinza, se move como que dizendo adeus. Feminino e masculino em colisão. Sinto o embate. Quando lhe disse que esse foi meu melhor dia dos namorados não acreditou e sorriu tímida. Ela deve imaginar que os meus 12 de Junhos ou 14 de Fevereiros foram todos cheios de romance. O 12 de junho de ontem foi nostálgico, mas também foi um dia melhor que muitos outros que já vivi. Na varanda escutamos, os três, aos clássicos românticos e bregas dos anos 60, 70 e 80. Cantamos, rimos, suspiramos de amor platônico por homens que são, no mínimo, 30 anos mais velhos. E nos deliciamos com as letras pobres, mas que têm charme. Terminei de assistir ao sem sal A República do Amor . Veio a calhar para mim. Mil motivos. Mil circunstâncias. Existirá mesmo isso d...