Nas dunas


Foram tão lentas, tão doloridas as imagens. Havia um tanto de mim ali. Um tanto do tempo em que a areia vinha do sul em rajadas feitas sob medida, para assolar minha pele. Era um tempo de desassossego e partidas. Houve tanto num tempo em que sabíamos da ausência, mas nos deixamos pesar um sobre o outro. Foi de seca que sobrevivemos. Numa areia que invadia as nossas casas, o nosso existir. Foi na areia que nos afundávamos e que sentíamos o calor sob os pés nus. Era de lá que fugíamos ou tentávamos. Vivemos sempre perto de dunas.

Casa de Areia.

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