Caballos de Totora
Eu devia ter uns onze anos a primeira vez que um cavalo-marinho me fascinou. Tão colorido, tão frágil, tão belo. Lembro que senti uma certa raiva do guri ranhento que o aprisionou num copo de plástico com um pouco de areia e água do mar. Fiquei indignada. Não queria ver aquele ser tão fantástico refém de qualquer pessoa que fosse. Nem eu mesma o manteria fora de seu habitat.
Naqueles breves instantes, em que curiosa o observei, lembrei das noites de encantamento nas quais minha mãe inventava estórias de sereias e animais marinhos. Quando vi aquele cavalo-marinho me ocorreu: as sereias também devem existir! Pode ser que um dia desses eu esbarre numa delas por aí. Obviamente, isso não aconteceu em Santa Catarina e nem nos verões seguintes...
No entanto, continuo a admirar cavalos-marinhos. E as vezes quando estórias fantásticas me visitam, nas madrugadas em que não posso dormir, quando dirijo por uma cidade estranha ou nova para mim, ou quando me imagino um ser que não-humano, e finalmente penso nas histórias que vou contar aos meus sobrinhos, suspiro ao imaginar cavalos-marinhos. Multi-coloridos. Livres. Na imensidão de ser marinho.
Esta semana descobri que no norte do Peru, há mais de três mil anos, foi inventado um meio de transporte conhecido como Caballo de Totora. Quando vi fotos, me lembrei imediatamente (tá bom, talvez o nome tenha ajudado um pouco...) de cavalos-marinhos. Contam por aí que bolivianos e peruanos usam caballos de totora para navegar pelo Titicaca. Além disso, usam as pequenas embarcações para pescar nas gélidas águas do Pacífico.
Naqueles breves instantes, em que curiosa o observei, lembrei das noites de encantamento nas quais minha mãe inventava estórias de sereias e animais marinhos. Quando vi aquele cavalo-marinho me ocorreu: as sereias também devem existir! Pode ser que um dia desses eu esbarre numa delas por aí. Obviamente, isso não aconteceu em Santa Catarina e nem nos verões seguintes...
No entanto, continuo a admirar cavalos-marinhos. E as vezes quando estórias fantásticas me visitam, nas madrugadas em que não posso dormir, quando dirijo por uma cidade estranha ou nova para mim, ou quando me imagino um ser que não-humano, e finalmente penso nas histórias que vou contar aos meus sobrinhos, suspiro ao imaginar cavalos-marinhos. Multi-coloridos. Livres. Na imensidão de ser marinho.
Esta semana descobri que no norte do Peru, há mais de três mil anos, foi inventado um meio de transporte conhecido como Caballo de Totora. Quando vi fotos, me lembrei imediatamente (tá bom, talvez o nome tenha ajudado um pouco...) de cavalos-marinhos. Contam por aí que bolivianos e peruanos usam caballos de totora para navegar pelo Titicaca. Além disso, usam as pequenas embarcações para pescar nas gélidas águas do Pacífico.
Nunca vou poder ser um cavalo-marinho. Mas quem sabe eu possa fazer de conta quando voltar a visitar a costa oeste do continente americano. E navegue, com a parecida sensação de liberdade e aventura que devem sentir os cavalos-marinhos, pelo Pacífico. Mesmo que por breves instantes. E volte a pensar nas estórias contadas por minha mãe. E escute seu canto de sereia.
Caballos de Totora são feitos de uma espécie de junco, que seco, adquire uma cor dourada. Geralmente, levam uma pessoa apenas. E enfrentam as ondas do mar com galhardia.
Caballos de Totora são feitos de uma espécie de junco, que seco, adquire uma cor dourada. Geralmente, levam uma pessoa apenas. E enfrentam as ondas do mar com galhardia.
A foto eu roubei daqui: Caballo de Totora.
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