Vencida
Butterflies, Sun & The Ocean
By J9
Não
posso deixar de pensar em tudo que aconteceu este ano. Mais que nunca, aprendi
a sobreviver. Fiz terapia para curar a dor de um amor perdido. Um amor que não
foi. Uma esperança débil que se desfez subitamente. Me perdi depois disso.
Perdi o rumo. Encontrei o rumo novamente. Entre altos e baixos, voltei ao amor
antigo. Tomei coragem. Fui intensa. E desbravei alguns medos. E encontrei
outros tantos medos pelo caminho. Perdi pessoas. Ganhei a confiança
de outras. Sinto que estou me cuidando mais. Viajei bastante também. Me
frustrei com a vida e com as pessoas ao meu redor. E fiquei triste com algumas
de minhas escolhas. Mas escolhi manter a cabeça erguida e a sorrir. Sorrir e
rir bastante. Busquei trabalho com certo afinco. Me dei conta que todos esses
anos minhas prioridades foram bem outras que o trabalho. E estou, de certa
forma, contente com os resultados. Gostaria de ganhar mais, mas não posso ser
irracional. Realismo sempre me pareceu uma conduta razoável. No amor, sempre
andam capengas as coisas. Cobertor de pobre. Cobre-se os pés para descobrir-se a
cabeça.
Talvez porque eu dê oportunidades a quem não merece e insista nisso por ter
esperança.
Tola, eu? Pode ser.Será sinônimo de quê a vida em si? As vezes me bate um
grito de consciência, forte, incisivo e sinto que sou. É como se deixasse de
fazer as coisas por fazer e todo meu corpo se soubesse vivo. Em atividade.
Consciente de que existe. Talvez isso seja vida. Vi a vida se multiplicar. E também acabar
repentinamente. Tanta alegria na vida de alguns. Tanta dor na vida de outros. E
eu, no meio sem saber para que lado ir. Se fosse jogadora de xadrez, talvez
soubesse para que lado atacar. Indecisão. Mas permeada de arroubos apaixonados.
Caí e levantei-me tantas e tantas vezes. Que já não dói. A perda faz parte.
Deixar-te ir. Debaixo da chuva tu me abraçaste como um bem precioso. E
eu quis que aquele momento se estendesse até que ficássemos cansados da chuva.
De Miami. Do temporal horrendo que nos envolveu o corpo. O corpo que formávamos
juntos. Queria estar perto da lareira contigo. Eu quis tudo contigo. Foste um
desafio excitante. Te quis somente por saber que não poderia jamais te ter ao
meu lado. Será? Temo que essa seja apenas uma desculpa tola de quem tem um
certo receio. De quem já aprendeu a perder. De quem não pode evitar pensar no
pior. Quem sempre perde, espera sempre a derrota, mesmo quando todos os sinais
indicam alguma chance de vencer.
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