Em Do Maior
Me vence o sono. Quase sempre, nevoa. Caminho sozinha pelo estacionamento. Com raiva. Maldizendo tua existencia. O pior de mim se faz presente. Faz frio. Entro no carro as pressas e me faz falta a musica. Num relampago escuto as nossas conversas. As tuas suplicas. O passado me olhando de frente. Tu de dentro do teu castelo de vidro sublime. O teu castelo que jaz roto e soberano numa esquina ensolarada de uma cidade nao tao longe. E as distancias, tao efemeras, tao enigmaticas, nos agridem. Chego ao bar onde nao ha Hopper, mas ha Jazz. Sento no sofa, escondida na esperanca de que ninguem me veja, nem me escute. E ali percebo que minhas tentativas em te ter foram vas. Minhas tentantivas foram enganos. Minhas tentativas foram auto-sabotagem simplesmente. Enquanto eu me deixava convencer que o amor viria, as vesperas, o tempo passava com suas tardias esperancas caducas. Nao te amei. Nao te dei nada. Furtei de ti apenas um coracao em frio de neve. Vazio em do maior.
E de repente (talvez como nunca) o esvoaçar de uma borboleta mudou a ordem do universo.
ReplyDeleteE por toda uma a eternidade de três minutos... pensei ter visto a sua presença sutil... sua silhueta contra os reflexos azuis... e me pareceu que eu tinha falado com ela... mas não tenho tanta certeza.
O que tenho a certeza é que ela nunca vai olhar para essas ilusões agora distantes. E a coisa mais triste é que não pude chorar na manhã.... que adormeci sem sonho, que despertei vazio... que fiquei sem lágrimas.
Que lástima por todas as coisas que ficaron sem revelação... que lástima que já não dói.