A chegada

Tão logo cheguei desfiz as malas para não ter que conviver com as evidências. Encontrei quase tudo como deixei. As roupas limpas e dobradas, as partituras impecáveis na estante perto da sacada, os livros na desordem que conheço bem. Depois me preparei para horas infindáveis. De solidão e de nostalgia. Mas estaria eu preparada? Como? A verdade é que já não acreditava. Não me faltava coragem para sair. Não me faltavam razões. Mas curiosamente tinha os meios, tinha as razões e não tinha o interesse. Tudo me era indiferente.

Imagem: Edouard Vuillard, Woman in Bed.

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