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Showing posts from April, 2013

Primeiras Vezes

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Imagem: The Embrace (The Loving), Egon Schiele Primeiras Vezes Não pensei que aos 35 anos de idade fosse experimentar tantas primeiras vezes. Não que o que o que não é primeira vez tenha menos significado ou importância. Mas já com certa experiência de vida, parece-me uma experiência vivida e cintilante re-descobrir o mundo sob um novo prisma. Me entreguei a um homem no escuro de seu quarto e sob suas escolhas musicais. Adormeci em seus braços toda a noite. Lânguida e sutil, como se pertencesse a um quadro. Imagem estática e bela. Tranquila: como se soubesse que havia chegado ao amor. Primeira vez. E foi então que passamos noites de lúxuria, entretidos nos braços um do outro. Mundos que se encontram outra e outra vez. Nossos braços conjugados, pernas entrelaçadas. A música, nosso ponto de encontro, preenchendo a escuridão do quarto. Beijos, nunca antes dados dessa forma, nos unindo. O primeiro orgasmo. Amores múltiplos. E repetimos esses rituais de amor da mesma forma,

Se eu pudesse

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Desert Abstraction (Bear Lake), 1931Georgia O'Keeffe E possivel nao ter palavras as vezes, descubro. Escutar o silencio que, nao tao sutil, se manifesta. Nao sei como comunicar-me. Desaprendi. Contraio o corpo como se nele houvesse abrigado uma fome feroz de ser. Talvez agora eu so possa sentir: sentir amor, sentir musica, sentir teu corpo, tua pele, sentir tango. Mas me incomoda meu silencio repleto. Esse cheio silencio que tao abrupto se apoderou de mim. Balbucio teu nome na escuridao da noite, quando repentinamente te tenho em meus bracos e me inundo de ilusoes. Porque nao me conheces, nossa intimidade permeia outros caminhos. Nossos abracos tao cheios de vida. Dessa energia de amor chego ao ponto onde te encontro. Brevemente. Porque sao sopros nosso amor. Como uma brisa perto do oceano. Linda brisa, efemera. Maresia. Me chegam teus beijos como se fosses mar. E me calo num silencio profundo de quem ousa apenas contemplar. 

Book

I have been reading the fascinating Quiet: The Power of Introverts in a World That Can't Stop Talking.

Semi-Finals

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Janine Rodrigues & Claudio Solorzano ATUSA 2013 - Semi-Finals San Francisco, CA

Sleeping Mode

I stayed in bed yesterday. For the most part. Listened to Madeleine Peyroux: Standing on the Rooftop which is a great album. The weather was rainy and somewhat cold. I tried to think about your actions. And my actions. We clashed. Two titans heading against each other. The song says "Meet Me in Rio". I was 35 when that happened. We were by the water. San Francisco so close to us and yet. We were so far apart. You could have told me. But instead, we just clashed like waves on the shore. Remember Pacific Highway? Remember that one time I baked cookies for our trip? We were on the West Coast of Happiness.

Um mes

Foi o tempo de ter-te, de amar-te. De cuidar-te. Proteger-te. Foi todo que pude ser para ti. Um mes. Quiet. Fotos em branco & negro. Saudades tuas. Saudade de ver tuas maos. E tocar-te por inteiro. Tua pele: veludo. Teus olhos um misterio revelado na hora do amor. Quase verdes. Quase mel. Me afastei de ti, em vao. Se dentro ainda te tenho. Presente que estas nesse amor instransigente. Te foste. Eu me fui. Num temporal, com a estrada escorregadia e fria. Meu corpo pequenino arqueando-se de frio. Like Swimming. Morphine. Um estado de luto n'alma. De onde vem tanta tristeza. Todos os seus filhos haviam morrido. Um a um. E a historia me emocionou. Pensei que eramos indivisiveis. Tamanha foi a minha felicidade ao encontrarte dentro de mim. Mas um dia, tive eu que ir-me, para defender minha dignidade e minha palavra. Lealdade para comigo mesma. Ser a minha propria verdade e acreditar em mim mesma e manter a minha pouca sanidade. Eu te esvai de mim. Homem-menino.