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Showing posts from October, 2006

Happy Birthday

Muitos, muitos anos de vida, Peerre .

Pérola sem brilho

Sentir não é o mais importante. Em hiatos assim deixei de te admirar. Se sentir não é o mais importante, melhor morrer. Melhor deixar de ser, melhor esquecer, melhor sair para nunca mais voltar.

Vine Del Norte de Ismael Serrano

Para o Los Olvidados Vine del Norte buscando una canción y una cruz y allí se cruzó un cometa y en su estela estabas tú.. En Madrid seguiría lloviendo tal y como lo dejé y en Santiago con tus luces y su noviembre me quemé. Y fue después de un concierto, una noche en tu universidaaad, allí te encontré de nuevo, -Hoy te invito a carretear. Acepto gustoso tu oferta, sólo con una condición, que no se acabe esta noche y que no me enamore yoooo. Andando por la Alameda tú me empezaste a contar causas, azares y luchas en estos días, y al pasar por delante de La Moneda, tú tarareaste a Jara, me miraste: -Así, tan duro, tienes un aire a Guevara. Y entramos en un bareto, y allí alguien cantaba Fito, -A este paso me enamoro, sólo me falta otro pisco. -Déjate de historias, súbete ahí, y cántame una de Silvio... -Sólo si me das un beso... Y todos cantaron conmigooo. Salimos del bar borrachos, agarrados de la mano, y en la calle, como siempre, jodiendo andaban los Pacos. Tú les gritaste -¡ASESINOS! Y

Tias e mãe: um quatro

Eu tive uma tia de cabelos ruivos. E uma de olhos verdes cristalinos. Uma tia de olhos azul ciano. Uma tia de olhos tristes. Uma tia de cabelos lisos. Uma tia de lábios grossos e delineados. Uma tia que não usava batom. Uma tia que andava só de salto. Uma que andava só de bicicleta. Uma que não saía de casa. Uma tia de saúde frágil que ainda está viva. Uma tia que cantava os mais belos tangos na minha casa em tardes ensolaradas de sábado. Eu tive uma tia que me ensinou a fazer quitutes. Uma tia que me amava como filha. Eu tive uma tia que usava batom vermelho e nunca pintava as unhas. Eu tinha uma tia que teve câncer. Eu tinha uma tia que sofria de amor não correspondido. Uma tia que foi abandonada por si mesma. Eu tinha uma tia que não me defendeu. Das quatro irmãs, minha mãe era a diferente. Petite, de olhos que mudavam de cor e cabelos pretos e crespos. Era a mais baixa, a que me amava mais do que minha tia que me amava como filha, tinha a voz mais bela dentre as quatro e, quando ca

Entreter-me

Gostaria que houvesse uma distração possível para isto que sinto e avassala. Nem o tempo me resgata.

Eco

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Dorme oca em eco a voz do estranho. O rio continua brusco, as vielas estreitas, as passadas apressadas. Escuto tua voz para dar-te um nome, espalhar teu rosto no meu, espelhar minha alma na tua. Jogo xadrez na absurda calma de que sou feita. Horas de ventania, emprestadas do distante que me dilacera. Particiono as dores, para que austera, me sobre um tanto de dignidade. Te escuto falar, por horas a fio. E tua voz terna me volta quando longe. Rezo para que as horas do agora se estendam ao mais escondido. E eu pergunto: falas, rezas, te entregas? Se no afã de escutar-te perdi o sentido, e me deixei carregar no colo pelo veludo macio da voz que criaste para mim. Retomo em meus braços o destino que eu mesma designo meu. E te convido para que estejas perto: (do) coração selvagem. Imagem: Isolda, de Beardsley.

Sal

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Tinhas olhos que feriam de intensos, de fortes que eram. E nos teus infinitos lábios uma tormenta. Um estio desfeito de medo. Agarravas com ganas uma vida (rebelde). Quase atávica. Não poderias jamais deixar ou fugir. Teu destino era lutar. Imagem: Black Cape (em Salome de Oscar Wilde), de Beardsley.

Agora

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Imagem: Nude on a Cushion, Amedeo Modigliani.

Longes e pertos

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O tempo o faz cada fez melhor. Longes dos anos em que eu caminhava em Porto Alegre para ouvi-lo. Moinhos de passado. Em ventos de agora. Tento manter minha sanidade, e a minha sanidade reside em ser louca. LIVROS NO QUINTAL Vitor Ramil Viu a noite no portão Cortou os fios de luz Esvaziou a caixa d'água Até amanhecer Amassou o carro Deu o vinho aos animais Espalhou a louça Em mil pedaços no jardim Pôs os livros no quintal Rezando pra chover Arranhou os discos Descolou a forração Arrastou cadeiras Pelo chão do corredor Recortou nas roupas Este rosto que ela tem De olhos bem abertos Sabedores do que vêem Pôs os livros no quintal Rezando pra chover E choveu
Me sinto alforriada. Meu senhor me deu carta de alforria. Brindemos.

Paralelas

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Para a Jo-y Cada vez que alguém fala em ter um prazo para alguma coisa, eu lembro das coisas que fico procrastinando. E claro, como Jo-y bem lembrou, penso em seus respectivos deadlines (prazos de entrega, tempo limite). Ou seja, a linha de morte. Americanismo usado primeiramente como a linha pela qual prisioneiros não deveriam cruzar, sob pena de serem mortos. Daí a idéia da linha da morte. Passou dali, pum. Vira um número, um passado, uma memória. Faz dias que venho me cobrando que tenho que colocar no ar a canção que me lembra dela. Tá, eu vou te contar como foi um pouquinho. Eu adoro as composições do Belchior. E toda vez que toca essa canção, eu lembro dela. Ela que se mudou para a minha cidade. Por favor, ignora o meu tanto de possessividade. Ela que desfruta* coisas das quais eu abri mão quando acreditei que viveria um grande amor e zarpei de Porto Alegre. Ela que cruza os caminhos cruzados com pessoas que são importantes para mim, mas que não conheço. Ela que tem essa coisa

Fugacidade

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Nem sempre o que nos resta nos basta. Imagem: Dosso Dossi, Alegoria da Fortuna. Getty Museum, Los Angeles.

Ensinamentos

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Quero que me ensines a beijar (teus lábios). Para que frágil e tua me descubra outra. Para que me entregue em beijos - novos, inusitados. Para que esteja em ti, na forma que queiras, esperas, e imaginas. Quero que me ensines a conhecer teus lábios, seja paz ao ser tua, ao passear em ti com meus lábios. Todos os beijos de antes não existem mais. Só os teus. Os que aprendi contigo. E me farão aprendiz de encontrar estrelas.

Aniversário

Das coisas que tu deverias ter feito por mim: deverias ter me deixado celebrar teu aniversário quando estavas comigo. Desde o tempo remoto em que estive dentro de ti, desde sempre. Desde outubro de 1977. Ou mesmo antes, quando eu ainda era apenas uma parte de ti sem forma concreta, mas um sonho teu. Deverias ter me dito o que sentiste quando teu pai se foi no mesmo dia em que nasceste, embora ele tivesse esperado alguns anos para partir. Eu não entendia teus motivos, nem a tua dor. Eu apenas entendia que teu aniversário doía. Deverias ter me deixado saber. E eu deveria ter ficado contigo mais tempo. Para te entender. Para a Dona Lola.

Tempo

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Para escutar no escuro. Distante de tudo. Time has told me You're a rare rare find A troubled cure For a troubled mind. And time has told me Not to ask for more Someday our ocean Will find its shore. So I'll leave the ways that are making me be What I really don't want to be Leave the ways that are making me love What I really don't want to love. Time has told me You came with the dawn A soul with no footprint A rose with no thorn. Your tears they tell me To stay by my side To keep on trying 'til there's no more to hide. So leave the ways that are making you be What you really don't want to be Leave the ways that are making you love What you really don't want to love. Time has told me You're a rare rare find For some day our ocean Will find its shore. Nick Drake, Time Has Told Me, in: Way to Blue. Imagem do disco Pink Moon.

A ausente

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Ismael Serrano dedica uma música aos que partiram. A todos que se foram. E eu choro. De luto. Sobrevivo à maior perda da minha vida. Os dias se arrastam e embora eu me cobre todas as fortalezas possíveis, todas as fortalezas de que sou feita desde há muito - as que ela mesma me ensinou - uma lágrima, feita de chumbo, está em alguma parte de mim, e ali permanece, fincada. Dói uma dor de martírio, de coisas que não ditas, se. Uma dor permanente e sem voz, mas que atravessa a garganta. E mais. Permeia o que sou. E os dias em que, sem ti, continuo tendo que ser forte. Imagem: The Departed, do Scorsese.

Sonhos

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Alguns insistem em ser fortes e em seguir adiante. é como numa montanha-russa: uma vez afivelados dentro do carrinho aquele, só se desce quando acaba o passeio (assustador). No entanto, eu insisto que sermos fortes é vital, mas se sonharmos os mesmos sonhos, se estivermos um no sonho do outro , se fizermos com que os pensamentos se cruzem alteraremos o ordinário e estático instante. Mudar o instante ordinário é uma forma de ser feliz. Me faz palpitar, melhor que qualquer montanha-russa. Adrenalina onírica. Imagem: Dreams, de Akira Kurosawa.

K.I.S.S.

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Vamos brincar de enlaçar um ao outro Sob arcos E sob pontes Sobre Vamos recontar Sob plumas Sob danças Sobre Vamos lembrar Sob noites Sob estrelas Sobre Vamos ficar Tempo Indeterminado Convite áureo Fractal Sob Sobrel.o.v.e. Imagem: Eternal Springtime, de Rodin.

Sem fazer sentido

Agora o nome dele aparece em lilás na tela do meu computador. Vibra lilás intenso nos meus olhos verde-mate. Passo da cor ao material, noutra dimensão, num vão meu, que nem existe. Mármore. A pedra, lisa, perda. Beija meus lábios em distante, em sentidos- novos. Em redes-cobertas. Beija meus olhos para me reencontrar, talvez eu ainda esteja lá. Aponto para o sul, cantarolo um trecho de Vuelvo al Sur e imagino nossa intimidade secreta, nossos passos de tango em uma tangueria em Pompéia. Vivo de imaginação e aqui fora: ar.

Made of Magic

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Nick Drake para me acordar, seja do que for. Andava querendo um filme que me fizesse querer abraçar, sem saber direito o que eu tinha em mente. Encontrei: The Departed. Ele escreveu um post, aqui . Esperemos pela crítica. Sábado teve teatrinho de marionetes na biblioteca. Amanhã tem hora do conto e a temática vai ser Halloween e múmias. O teatrinho foi um barato, me fez pensar nos tempos do Itamarati (escola onde estudei de 1985 a 1987), quando era muito comum a escolas chamarem uma companhia para fazer espetáculos para as turmas. Alguém me perguntou ontem se estava tudo bem, parecia genuinamente interessado. Fomos conversar um pouco e ele chegou à conclusão que não há crise. Quisera eu concluir a mesma coisa. Me parece incrível como algumas pessoas ainda acham que apenas traição e violência doméstica são motivos fortes o bastante para terminar um relacionamento. Nada da música para a Jo -y baixar. Parece que o e-burre empaca de propósito. Nem o site do Belchior abre no meu computado

Sodade

Tanta saudade - Ana Carolina & Seu Jorge Envelhecendo, sentindo, sorvendo, experimentando cada dia mais sodade. Seu Jorge esteve em Miami algum tempo que mergulha num passado recente, mas anterior ao que parece ter sido uma outra vida que eu vivia. O show foi interessante, mas prefiro o rapazote nas telas ou nos cd's. Sodade, bem cabo-verdiana.

Um sol que gira

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Tempo anterior ao descontentamento. Tempo de agora. De ver. Veludo. De tempo azul. De anil. De amarelo movimento, surto. Amarelo de coragem, de medos des-habitados. Tempo quente de ser, tocar. Tempo de beijos na boca. De rua, de passeios, de esquecimento, de sorrisos despetalados da face clara e esperada. Imagem: Sunflower, de Francisco do Vale .

Poemas do Travesseiro

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Todas as noites, com as estrelas. Silente. Todas as noites. Inerte. Esperando que passem as horas. Os fragmentos de dias, vazios. O mesmo filme. Sempre. Sempre. Chove. Me envolve agora. No livro do sermos. Imagem: Lovers in an Upstairs Room, de Kitagawa Utamaro.

Mundos dentro de Mundos

"He looked at his own Soul with a Telescope. What seemed all irregular, he saw and shewed to be beautiful Constellations: and he added to the Consciousness worlds within worlds." Coleridge, Notebooks Em: Memories, Dreams and Reflections de Jung.