Hard Candy

Prometi a ela que faria um diário contanto as mazelas diárias, que são tão tãotãotão bobas se comparadas com coisas mais importantes, de gente mais importante, de mundos mais importantes. Estou tentando...mesmo assim.

Bati um recorde. Pela primeira vez volto ao consultório de uma psicoterapeuta. Já fui a quatro sessões. Ou eu enlouqueci de vez ou encontrei o caminho, a verdade e a fé. Bem, talvez eu deva falar com ela sobre meu hábito de exagerar. Ótimo, já tenho pauta para a próxima visita. Ãh…consulta.

Eu não sabia que ainda se guardavam papéis nos sutiãs. E eis que hoje pela manhã, aquela senhora, que há pouco precisava de ajuda, que nunca tinha me visto na vida e nunca tinha pensado que eu pudesse falar novamente com ela depois do seminário, levanta o decote da blusa e coloca num lugar quentinho e macio o cartão de visitas que eu lhe havia (gentilmente) alcançado. Eu poderia ter ficado sem essa. E eu não fui a única testemunha. Certamente, a gente nunca sabe o dia de amanhã.

Vagarosamente.

Mais de dez filmes na lista de espera. É minha vida social está reduzida as minhas aulas e a minha confortável cadeira cor-de-vinho. Pelo menos ainda não perdi a classe.

Why do I sabotage myself?
Why do I sabotage myself?
Why do I sabotage myself?
Why do I sabotage myself?
Why do I sabotage myself?

Queria esquecer essa pergunta, mas ela é tão recorrente que até durante o sono penso nisso. Ai dela se ficar olhando para os próprios pés e bocejando quando eu regurgitar as respostas.

Eu não sei se existem outras pessoas que se sentem assim, mas estou começando a antecipar 2008. Acho que 2007 já esgotou suas possibilidades. Não, não…eu sei. Tudo pode acontecer num lapso ínfimo de tempo.

Consulado brasileiro mandou duas caixas de livros novos para uma biblioteca de uma terra próspera e feliz, no exterior. Parece que foi ontem ainda que um colega de profissão manda um e-mail suplicando cópia de uma página de um livro dos anos 60 para não ter que desfazer-se da obra pois não teria verba para substitui-la. Tamanha incongruência.

Ah…como esses livros me fariam feliz. E talvez uma pessoa muito mais interessante. Apesar que hoje eu só queria ser a gostosa da vez. Com picardia e inteligência. Para entre outras coisas, trabalhar menos, viajar mais, e torturar mais. Ah…e claro, ter um fotógrafo sempre por perto.

Definitivamente, eu estou muito melhor solteira. Sim, as vezes eu escolho bem.

Acho que nem vou falar para ela que falo sozinha. Talvez ela deixe de querer me ver. Why do I sabotage myself? Eu hein!?!?

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