Adeus

Não sabia quem era. Dois estranhos. Um multidão entre quatro paredes. Eu era a mistura de tudo que havia vivido até ali. Todas as histórias, todas as perdas e todos os ganhos. Todas as gentes que se haviam misturado até que te encontrei. Tu eras também uma mistura de gentes e de histórias. Números e datas. Parece que em algum momento, nossas multidões ficaram vazias, não mais combinavam, não mais diziam coisa alguma. Eu virei de um lado, e comuniquei tão pouco que o silêncio em teus ouvidos zumbiam tanto quanto o vento deste inverno sem fim. E paramos e pensamos que a amizade podia bastar. O silêncio queria dizer adeus e. Que as nossas pessoas ainda seriam as mesmas. Adormeço agora olhando a lua e seu sorriso de enigma. Fico no sofá perto da noite que é para melhor enxergar o lago que está plácido (espelho, como eu) e pensando no milagre de encontrar.

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