Ela conhecia sua música. Talvez do tempo de antes, de um tempo chamado infância, ou do que se seguiu, ou do tempo da aridez.

O braço dormente caiu no lençol branco e já não havia dor: ela não conseguia dormir. Fazia calor. Tinha visões, alguém lhe ditava um texto e mentalmente ela anotava.

Quero escutar tua poesia. E pertencer aos dias em que te via bela nas plantações de morango. Sinto falta de ti e dos teus milagres com a terra. Embaixo de um tufo de folhas verdes, frutinhas vermelhas me sorriam. Mais ao longe uma macieira nos sorria. E eu corria a acompanhar teus passos, naquele campo que eu queria nosso. E naquele tempo que eu pensava que nunca passaria.

Ouve a música. Eu vou embora.

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