A-nominal

Toda alma da arte
e tons disto que chamo
e tons daquilo que recai em mim
Elos e elos
penumbras, sonhos entrecortados de sexo e
dor
Tantos mares dentro de um apenas corpo
E tanta arte no abstrato desses olhos de Sinatra
Cala a voz do homem
Renasce amante - vibra perto de mim
e de suas palmas de cristal, eu sinto
Algo me diz: cuidado
Mas ficou, de repente, tarde
E nesse rosa escampado de um final de tarde
Vou indo, como quem se entrega
Mas eu sei, eu sei
Que ele esconde por temer
Foi dessa certeza que eu me aproximei
Foi dessa milonga que eu te senti pela primeira vez.
E eventualmente aquilo que nos aproxima, nos repele.
Basta o tempo
Basta um jardim de amor suspenso
Basta: Basta: Basta:
Nem me mintas, nem te cales
Quero que quando ganhes a rua, sejas algo diferente
Nem tens que prometer coisa alguma
O futuro vai ser um fruto, abaixo aos planos e as regras
Dizem que a morte reside no esquecimento
Minhas horas
morrem rapidamente,
acalantadas por suspiros de descaso
e mentiras vermelhas que sangram, sangram
sangram como uma mulher parindo

Me escondo - um esqueleto de protecao fragil e cansada
laminas de medo, amores furta-cor
Teus bracos acenando adeus.
Gravita em mim: um outro idioma, uma nota nova de terra
e amargor

Imagem: Martin Reyna, Sem Titulo.

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