Nem a poesia me redime. Nem música, nem o vento. Estou fadada a perceber a vida através dessas janelas referenciais tortas. Ao menos todos parecem ser o Joãozinho do passo certo. E eu, sempre a do contra. Estou farta de sentir-me e comportar-me como vítima.

Why do we love someone? When do we love someone?
Me sinto só. Aguda forma de estar com alguém.

Eu não quero mais fazer um esforço consciente para agradar aos outros.
People always know what’s best for you. They have no clue what’s best for themselves.

Só existe realmente a verdade completa dentro do que sinto. Aí estão os medos, as virtudes, o sótão, todos os recantos da casa. Ali se edificam todos os podres e todas as bendições. As dores e as delícias. De onde vem esse latejar dentro da alma? Essa angústia, essa dor? Tudo está bem. Te tenho.

Eu fiz um experimento sem querer. Aconteceu. Quando me mudei para meu apartamento, a luz do banheiro estragou. Durante alguns meses vivi sem luz no banheiro por não conhecer um eletrecista no qual eu fosse confiar e que custasse barato. Finalmente consegui uma pessoa para consertar não somente a luz, mas o teto do banheiro e mais outras coisinhas que precisavam conserto na casa. Notei que mesmo depois de ter voltado a ter luz, esquecia esse detalhe com certa regularidade e me banhava as escuras. Hoje ainda esqueço.

Desenvolvi a partir desse pequeno experimento acidental uma teoria pessoal que se aplica, ao menos, a minha vida e que nada deve ter de nova. Viver sofrendo e triste é condicionamento. Muitas coisas na vida se desenvolvem assim: condicionamento. Minha pergunta, no entanto, é: como desacostuma-se de viver no escuro?

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