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A casa está feita de silêncios. Silêncio na sala, nos quartos. Na varanda. Em meu corpo.

Acordei pensando em Marcelo Gleiser que dizia que a distância mascara tudo. Me distanciei de nós dois. Me distanciei da familiaridade de tua voz, de tuas mãos miúdas.

Seiscentos posts. Ontem. Que post bem fraquinho foi aquele!

E eis que, me surges tão repentino. Tão diferente do que foste porque eram meus olhos que te faziam ser. Lembro dos embates que éramos. Gritávamos os dois porque não sabemos escutar. Interrompíamos pela ânsia que temos em querer falar, em querer ser ouvido.

É tarde. Listo minhas possibilidades de ser feliz num pequenino papel amarrotado.

Me pergunto: será demais compartilhar o que compartilho aqui? Estarei eu me expondo e expondo os demais?

Eu sempre tive tanto cuidado em ser discreta, em não me expor, em guardar coisas para mim mesma. Mas daí chegou um ponto em que eu queria confrontar o medo. O medo de ser. E o blog me ajuda a ser. E o Facebook e o Flickr me ajudam a lutar contra a minha timidez. Me ajudam a registrar como estou mudando através dos anos.

Mas daí vem gente aqui e me lê e me julga. E pensa que sabe tudo sobre mim, o que eu quero da vida, etc...etc. Nem eu sei direito o que quero da vida. Terão essas pessoas usado isso como desculpa para o seu comportamento?

Seguir adiante. Isso me resta. Como diria Paulo Vanzolini: levantar, sacudir a poeira, e dar a volta por cima. Ou por baixo, mas dar a volta.

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