Frio

Georgia O'Keeffe, Blue Flower, 1918.
Retira de mim o frio da alma, cala esse medo. essas dores. respira verde e em mim deposita sementes de alegria para nascer talvez felicidade onde hoje existe o escuro do passado perverso. Me toca com a ponta dos teus dedos para que talvez o azul-cinzento desta tarde se consuma num espamo. Me toca com tua língua, leve e ligeira. Me levanta e me recosta em teu corpo. Onde, como se estivesse em uma concha a qual pertenci, me encolho para ser tua. Me tira do meio desta sala onde o vermelho é agudo e pespontado de incertezas maduras. Me puxa para o outro lado que sem lamentar vou estar em ti. Tempo, tempo, oh tempo injusto. Quantas amarguras antes de provar de ti. Sabes a mar. Mas tens o cerne cor de céu.
Resgata-me. Responde-me. Revive. Se escrever tornou-sr obsoleto e as mazelas imensas um desatino, em teus braços sinto a dimensão de vida nova. De estrada tanta.
Me és cores e a essência pura e digna. Me tens. O deserto é mar. Te brindo com meus ais. Murmuro em teu ouvido o gozo supremo: estou viva em ti.

Comments

Popular posts from this blog

Lost Phone