Naufrágio


Image: Searching by Jeremy Miranda

Voltei para a casa na surdez incomparável que é estar só. Muitas ideias revoltas de como escrever que sem, sem ti, sem romper silêncios no meio da noite, que estar é vão. Cada vez mais me faltam as imagens, me sobram as palavras, me arfa o peito em busca de ar-térias. Já não sei se quando me tocaste  eu era eu mesma, ou outra. Mais banal. Mais cheia de carne e sangue. Desta que agora apenas relembra o som do mar. O arfar de um compasso mútuo. Faça o que voce quiser. Este vazio não  intermitente não redime, não ameniza. Este vazio me toma nos braços com a aspereza fria que moldam os anos de buscas vãs.

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